Retalho português investe na Blockchain

Retalho português investe na Blockchain

Desde empresas grandes até associações de menor porte, todas não tardaram a ver vantagens na tecnologia.

A blockchain representa oportunidades para os mais variados negócios e os portugueses já estão a movimentar-se nesse sentido. Já são muitos os casos de empresas e associações que estudam o uso da tecnologia para ganhar eficiência nos seus processos de negócio.

Apensar de ter sido lançada há 10 anos, foi há pouco que a blockchain ganhou popularidade, sendo considerada uma das grandes tendências tecnológicas com capacidade de romper paradigmas e mudar de vez o modo de fazer negócios. Com a promessa de segurança e agilidade, as empresas portuguesas não tardaram em ver vantagens no registo virtual e já planeiam como usufruir dos benefícios tecnológicos.

Entenda como funciona a blockchain.

Alianças portuguesas em prol da tecnologia

Em 2018 duas alianças portuguesas de blockchain foram lançadas. A primeira foi a CIONET Portugal e a segunda é a Associação da Aliança Portuguesa de Blockchain (ALL2BC). Ambas possuem o objetivo de iniciar uma sensibilização sobre a tecnologia.

A ALL2BC, mais especificamente, foi criada em junho com a ideia de reunir empresas, universidades e entidades governamentais para contribuir com o estudo e a divulgação de novas tecnologias, além de pesquisar o seu impacto na economia, na sociedade e no ambiente. Tudo isso para encontrar soluções a diferentes necessidades com base nessas novas tecnologias.

A Aliança Portuguesa de Blockchain é uma pessoa coletiva de direito privado, de âmbito nacional e internacional, independente e sem fins lucrativos de carácter social e num contexto legal. Podem fazer parte dela as pessoas coletivas que desenvolvam a sua atividade nas áreas das comunicações, das tecnologias de informação e comunicação, media ou nas áreas relacionadas.

blockchain

A REN, distribuidora de energia, quer melhorar processos de negócio com a blockchain. A empresa já disse que tem pretensões de criar uma plataforma para a negociação da compra e venda de energia. Por isso, a distribuidora é responsável por um dos oito desafios ativos na Aliança Portuguesa de Blockchain.

Um dos objetivos do seu projeto é gerar uma renda adicional para micro e miniprodutores portugueses de energia renovável, além de facilitar a escolha dos consumidores por um fornecedor mais barato.

Caso avance, a rede da REN deve criar uma espécie de marketplace de energia, pois a perspectiva é que o número de micro e miniprodutores de energia aumente consideravelmente em Portugal nos próximos anos. Com o uso da blockchain eles terão a oportunidade de capacitar-se para negociar a energia que produzem de uma forma rápida, prática e segura. De acordo com uma nota publicada pela distribuidora de energia, o processo deverá beneficiar produtores e consumidores ao ser o mais transparente possível.

Na mesma linha de distribuição de energia, há também o exemplo da EDP Brasil. A subsidiária revelou, neste ano, que pretende usar a blockchain para medir e registar o consumo de energia renovável no mercado brasileiro. A empresa explicou, em nota, que o uso da tecnologia irá facilitar o processo de gestão da energia gerada pelas centrais solares e utilizada pelos clientes que produzem energia renovável a partir do sol, ao mesmo tempo que também a consomem.

O uso da blockchain pela EDP Brasil será viável com o apoio de um equipamento criptográfico que é anexado aos contadores domésticos de energia para medir o consumo de cada utilizador, facilitando as transações e os cálculos para cobrança e tributação sem a necessidade de instalação de um contador inteligente. Assim, é possível determinar com segurança se houve gasto excedente de energia ou se haverá desconto na fatura.

Mais segurança no setor imobiliário

Outro empreendimento que está nos desafios abrangidos pela Aliança Portuguesa de Blockchain é a Associação Portuguesa de Seguradores (APS). A empresa quer avaliar quais são as potenciais vantagens em utilizar a tecnologia nos serviços das seguradoras.

De uma forma geral, a ideia é usar inicialmente a blockchain para melhorar a capacidade de interação entre os serviços prestados pelas seguradoras e as bases de dados do governo. Um exemplo de usabilidade da tecnologia nesse caso seria o registo predial. Com a blockchain é possível desenvolver registos imutáveis sobre os quais não existam dúvidas quanto à autenticidade, propriedade e responsabilidade.

A Associação acredita que um novo modelo de registos, ligados permanentemente ao sistema, seja um incremento à transparência, o que auxilia na robustez e agilidade dos processos de seguro.

Fonte: IMR – Instituto de Marketing Research

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