08 Out Supermercados sem caixas? Sim é possível!
Já imaginou chegar ao supermercado, pôr os produtos no carrinho, não ficar em filas de espera e sair sem ter de passar por uma caixa ou funcionário? Agora isso já é possível!
Para a maioria das pessoas, a ida ao supermercado é uma tarefa dolorosa por causa de um único fator: a fala da caixa. Gostaria de ter a possibilidade de entrar, colocar no cesto aquilo que precisa e depois simplesmente sair?
Já desde 2017 que os clientes da Amazon Go fazem desse hábito uma prática corrente, devido à existência de câmaras de reconhecimento de imagem que estão implementadas nas lojas.
Neste supermercado basta o cliente pegar nos produtos que quer comprar e sair, sem ter de ficar à espera em filas de espera. Não é necessário passar pela caixa registadora porque ela não existe. O pagamento é debitado mais tarde, diretamente da conta do cliente.
Esta prática chegou também este ano a Portugal! Agora basta um smartphone para poder entrar no novo Pingo Doce & Go, fazer as suas compras e pagar. Não há caixas, filas, nem dinheiro vivo na nova loja da cadeia do Jerónimo Martins no Campus da Nova SBE, em Carcavelos.
Quem entrar na loja fica com a perceção de que é um minimercado comum. Com produtos nas prateleiras, arcas com comida pré-preparada, uma zona com vários tipos de fruta e uma padaria. A única diferença é que faltam as tradicionais caixas registadoras.
Trata-se de um conceito de loja inovador que chegou agora a Portugal. Aberto a todo o público, neste supermercado não precisa de moedas ou notas porque as compras são pagas através de uma app. Aliás, tem de a instalar no telemóvel se quiser entrar, ou cancela não o deixará entrar. Para a abrir, basta mostrar o código QR da aplicação no leitor, à entrada. Se tudo estiver a funcionar, o canal abre e pode passar. Assim que entrar no interior da loja, já pode começar a fazer as suas compras.
Quando pega num artigo que lhe interessa é só usar a câmara do telemóvel para ler o código de barras que está no produto ou na etiqueta da prateleira. À medida que vai repetindo o processo, a aplicação vai criando uma espécie de “cesto virtual”, com os produtos que tiver no cesto real.
Quando tiver escolhido tudo, há duas formas de pagar. Se tiver um cartão de pagamentos associado à aplicação da loja — chamada Pingo Doce & Go Nova e disponível para iOS e Android –, basta fazer o check out na app e o valor é debitado da sua conta bancária. Caso não tenha indicado um meio de pagamento na app, pode usar uma das duas torres de pagamento self-service que existem num dos cantos da loja. Basta mostrar à máquina o código QR na aplicação, ou encostar o smartphone caso tenha NFC. Desta forma, o “cesto virtual” é apresentado no ecrã e pode finalizar a compra fazendo o pagamento num terminal Multibanco.
Só depois de feito o check out, com o devido pagamento, é que a aplicação lhe fornece o código QR que permite abrir a cancela para sair.
O Pingo Doce & Go aproxima-se do conceito das lojas físicas Amazon Go, lançado pela grande cadeia norte-americana em alguns mercados no ano passado. No entanto, há uma diferença entre os dois.
Nas lojas da Amazon, os clientes só têm de entrar no espaço, tirar os produtos das prateleiras e sair. O pagamento é processado automaticamente graças a uma complexa e extensa rede de câmaras inteligentes, que acompanham cada passo dado na loja. As câmaras detetam que produtos foram tirados das estantes, que produtos voltaram a ser postos na prateleira e quem o está a fazer. À saída, o débito é feito de forma automática.
No Pingo Doce há também uma rede de mais de 100 câmaras inteligentes mas que não cumprem o mesmo propósito. Atualmente, a rede encontra-se hoje apenas a acumular dados do comportamento dos clientes com o objetivo de “treinar” um algoritmo que, numa outra fase, deverá permitir uma experiência com ainda menos fricção.
As câmaras também servem outra função. Com recurso a inteligência artificial, a empresa é capaz de detetar potenciais situações de furto ou fraude.
Apesar de ser considerada uma loja tecnológica, o Pingo Doce & Go também tem uma vertente humana. A equipa total tem cerca de 20 trabalhadores para garantir que tudo está a correr bem e que não faltam produtos nas prateleiras. Também há colaboradores na padaria, para que haja sempre pão quente.
Com todos estes fatores, a Jerónimo Martins pretende passar a mensagem de que esta nova loja é muito diferente do que as tecnologias de self-service da concorrência, como é o caso da aplicação do Continente (Sonae), que permite validar compras com scan dos códigos de barras, e dos validadores do Auchan (ex-Jumbo), que permitem um pagamento mais rápido e eficiente.
Se pretende visitar, o estabelecimento está aberto de segunda a sábado, entre as 7h30 e as 21h00.
Amazon Go: o primeiro supermercado do futuro
A inovação no serviço a cliente é uma das vantagens competitivas deste formato, que permite que o consumidor faça as compras através do seu telemóvel, resultando numa experiência de compra em que as interações com os colaboradores são dispensadas. Trata-se de entrar, colocar produtos num saco de compras, e comprar sem filas e sem caixas de saída. Revela-se como uma nova experiência de ida ao supermercado, em que o auto serviço é protagonista. Sem qualquer intervenção humana e em que a interação é apenas com equipamento, a Amazon dá a garantia de que o sistema é seguro.
A loja está equipada com centenas de câmaras de infravermelhos e sensores eletrónicos, que vigiam os movimentos dos clientes e detetam quais os produtos que este selecionam. À entrada do supermercado o cliente passa por uma espécie de torniquete, tal como existe no metro. Mas em vez de um bilhete, terá de passar pela máquina o smartphone, com a aplicação Amazon Go instalada. À medida que o cliente vai recolhendo produtos das prateleiras, estes vão sendo adicionados à sua conta. Quando um produto é devolvido à prateleira, o sistema reconhece e elimina-o da conta.
À saída da loja, é emitida uma fatura eletrónica. Os funcionários da Amazon começaram a testar o sistema em dezembro de 2016. A empresa fundada por Jeff Bezos, que garante ter desenvolvido a tecnologia de raiz, esperava abrir ao público mais cedo, mas levou algum tempo a aperfeiçoar algumas falhas do sistema.
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